"O Desvirtuamento dos Jogos Olímpicos"


 Texto escrito e retirado do blog do











Os jogos olímpicos ressurgiram pela ação do Barão Pierre Coubertin, educólogo que acreditava no esporte como parte da educação de todo jovem.
"Mens sana in corpore sano", mente sadia num corpo sadio. 
A ideia nunca foi valorizar o esporte como fim, mas como um complemento.
A ideia era ter profissionais de várias áreas com saúde e corpo atlético, e nunca profissionais do esporte como um fim por si mesmo.
O que era uma ação pedagógica para incentivar jovens a fazer mais esporte, infelizmente se tornou ao longo destes anos uma política pública governamental para mostrar a "superioridade e a riqueza das nações".
Governos de todos os tipos, nacionalistas, socialistas e democráticos começaram a financiar jovens a se tornar esportistas profissionais.
Os mais notórios exemplos foram Cuba, China e União Soviética, que procuravam e contratavam jovens geneticamente adequados para fazer parte de seus exércitos, mas em vez de serem treinados em defesa, treinavam para os jogos olímpicos em tempo integral.
Jogando fora a ética e o espírito das Olimpíadas ganhavam medalhas de esportistas amadores.
Os Estados Unidos logo vieram atrás.
Faculdades privadas nos Estados Unidos começaram a admitir nas melhores escolas do país jovens com aptidão atlética, e não necessariamente com aptidão acadêmica.
Atletas americanos ganham bolsas de estudo, mas estudo não era o que se demandava deles. A frase mudou para "Corpore Sano mas mente de ostra".
Para estes atletas bolsistas eram criados cursos fáceis que exigiam pouco estudo, para que pudessem treinar para as Olimpíadas em tempo integral.
Outros esportes menos conhecidos, os esportistas precisam de "patrocinadores" senão não têm condições de treinar como precisam. 
Esta "profissionalização" disfarçada vai de encontro ao espírito olímpico, porque esporte era um complemento à vida acadêmica e não um fim em si mesmo.
E a partir de 1970, estes esportistas profissionais passaram a ser admitidos nos jogos olímpicos oficialmente, algo que até então era proíbido.
Cederam aos países não éticos, que viam nos Jogos Olímpicos uma forma de se mostrar superiores aos demais. 
Rafael Nadal é o campeão olímpico de 2008, única competição que ele disputa sem o objetivo lucro, o que é uma enorme hipocrisia da parte dele.
A final de tênis Federer x Smith foi uma reprise de Wimbledon, onde só tem profissionais.  
Felizmente, o Comitê Olímpico aprovou os Jogos Olímpicos da Juventude.
O primeiro foi em 2010, e são estes jogos que mantêm a chama olímpica viva, para jovens de 14 a 18 que ainda não caíram no profissionalismo egoísta do esporte como fim. 
Precisamos dar mais atenção aos Jogos da Juventude e proibir aqueles esportistas que só se dedicam ao esporte e nada mais, pagos para aumentar o seu status profissional com dinheiro do contribuinte.
 
 

5 comentários:

Max disse...

Esse é um tema bem complexo, e a análise (boa) do Dr. Kanitz foca em uma das vertentes, que é o aspecto político do esporte profissional. Realmente, os atletas profissionais podem tornar-se parte de um exército virtual a serviço da roda quadrada politiqueira.

Por outro, associar esporte profissional a egoísmo reflete uma visão muito limitada. É mais ou menos como dizer que o artista - seja pintor, escultor, músico ou escritor (como ele) só é nobre se fizer arte pela arte. Se for pago para isso, torna-se corrompido pelo sistema.

Nesse sentido, o esporte não é diferente de qualquer outra atividade profissionalizada. Fazemos o que gostamos por amor e, sim, por dinheiro também, porque esse - para bem ou para mal - é o Ethos do mundo hoje.

E colocar o atleta profissional em uma categoria à parte não me parece nem justo nem apropriado.

Achei a análise, embora correta na proposta, limitada na visão.

simplifique disse...

Ciro,
esporte é negócio, porque o show do esporte gera grana para patrocinadores e que monta o show.
Lá nos States o estado deve interferir muito pouco no assunto, aqui sim, o negócio é feio e sujo. Dá até medo saber das coisas.

Ae, sou mais o meu minimus em cima da barraca, blza?

ABS !!!

3 ATHLON NA VEIA disse...

Infelizmente tudo na vida é assim.
Vivemos em um mundo capitalista e o profissionalismo faz parte.
É o círculo vicioso ou virtuoso, dependendo apenas do ponto de vista.
Ah...já que falaram (Xampa) em Mínimus...o meu já tá mudando de nome para Gastus...coitado tá indo pro brejo...preciso de outro.

Beto Nitrini disse...

Acho a análise interessante, mas o esporte competitivo não surgiu com as Olimpíadas.
Colocar o atleta profissional como um elo corrompido do sistema é injusto.
Hoje o esporte é uma área de trabaho para diversos profissionais, não só os atletas. São técnicos, massagistas, médicos, biomédicos, físicos, engenheiros etc... Todos profissionais.
Acho o texto interessante, mas utópico demais.

Julio Cesar disse...

O Stepehn trabalha de graça e por amor ao jornalismo ??