Texto da revista MundoTri - Setembro

Todo Ironman é Triatleta ?

Como aqui posso dar minha opinião, é isso que vou fazer:

Para mim, apesar do Ironman ter nascido como um esporte chamado Triathlon, hoje eu considero que Ironman é um tipo de esporte, e Triathlon é outro tipo.

Mas como os dois tem as mesmas disciplinas, ainda podemos chamar de “Triatletas” os que praticam os dois esportes.

Não me lembro onde vi um comentário que questionava:

Um Ironman (pessoa), é realmente um triatleta ?

Boa questão!

Com certeza as opiniões ficarão bem diversificadas.

Aqui eu vou dar a minha opinião e dizer que:

Não necessariamente um Ironman (a pessoa que completa um Ironman) , é um triatleta.

Fiquem bravos, esperneiem, gritem, mas essa é minha opinião!

Por que?

Por que nosso esporte esta banalizado.

Nosso esporte virou moda.

Nosso esporte esta na maldita tendência do TER e não do SER.

Um Triatleta de verdade passa por fases.

Muito em exemplificado no blog do Max (da Kona Bike) que ele compara com as faixas (branca, ... verde, … marrom, preta) do Karate.

O natural de um triatleta seria ele subir a “escada” aos poucos, e não pegar o elevador, como temos visto.
As escolhas e as decisões são de cada um. Ninguém manda em ninguém, e você pode e deve fazer o que bem entender.
Apenas quero dar minha opinião de que tudo nessa vida precisa ser feito em seu tempo.

Tudo deve ser feito com equilíbrio e cadência, para manter o gráfico da vida numa subida constante, e não em picos e declínios variando para cima e para baixo te fazendo uma pessoa desorganizada, doente, crua, e oca.

Vou dar o exemplo dos nossos esportes aqui, mas isso deve ser levado para toda a vida.
Fazer Triathlon ou Ironman, é apenas um detalhe.

Apenas podemos observar a as reações de uma pessoa, observando como ela se comporta no seu esporte.
E é isso que tenho visto por aí...

Pessoas querendo TER antes de SER.

Vou dar um exemplo do que acontece hoje:

Uma pessoa esta com sobre peso, e começa a correr.
Depois de 2 meses de “treinos” e vários tênis de 700 reais, ele se aventura em provas de 10k.
Faz duas ou três, e por influencia dos amigos começa a nadar na academia.
Como ele já nadava quando era adolescente, isso faz com que ele tenha facilidade.
Em mais 3 meses de alguma evolução, ele é incentivado pelos amigos a comprar sua primeira bike em uma loja.
Paga 20 mil no equipamento mais acessórios, e vai para o primeiro short no TroféuBrasil.
Faz mais duas provas nos 4 meses seguintes, e novamente incentivado pelos amigos e ou “técnico”, se inscreve para o Ironman Floripa.

Esta pessoa pulou fases.

Posso dizer que: Qualquer um é capaz de correr um Ironman.

Se formos pensar bem, não é difícil.

Basta ter pequenos conhecimentos de natação, ciclismo e corrida, e você pode nadar para 1h45, pedalar para 8h, trotar os primeiros 15k da maratona, andar até o 25k, trotar até os 30k, andar até o 35, trotar e andar até o 40 e correr até o 42 e terminará o Iron em 15:30 ou 16h no máximo.

Sim é possível!

E isso com certeza , vai te tornar um Ironman , sim. . . Parabéns!!

Mas infelizmente não vai te fazer um Triatleta de princípios.

Como disse, minha opinião é que um Triatleta com “T” maiúsculo, começa aos poucos e sobe a “escada” degrau por degrau.

Você conhece algum piloto de Formula 1 que já entrou na Formula 1 direto ?
Todos eles começaram no kart, e depois passaram pelas categorias, indo aos poucos e ganhando experiência, até chegar na categoria principal.

Com o Ironman é o mesmo conceito.

Agora, é claro que existe atletas que são exceções, e mesmo que com pouco tempo de triathlon, já encaram um Ironman, se dão bem, e continuam evoluindo.
Temos exemplos como o do Luis Topan, ou o Samuel Araújo que com pouco tempo de triathlon, já fizeram um Ironman muito bem, e ainda vão fazer muitos outros.

Eles são exemplos de quem agarrou o esporte pra valer, e não apenas quiseram entrar na moda.
Eles tornaram o Ironman um segundo emprego, treinando pra valer nas horas vagas, e deixando suas vidas com as 24h de um dia , lotadas.

Existem muitos outros exemplos, e não me venha com essa ladainha de que eles tem mais tempo que você.
Na verdade quem faz assim, é mais organizado que você.
Apenas isso.

São nesses tipos de pessoas que devemos nos espelhar.

Minha dica, é para que você torne o esporte, seja o Triathlon ou Ironman uma constante com princípios, coerência, conceitos e principalmente amor.
Enxergue o Ironman como uma escada alta, e que para chegar lá, é preciso ter paciência
.

A escolha é sua.
Apenas penso que seria melhor se você optasse pelo consenso comum.

22 comentários:

Guilherme F Gardelin disse...

Boa noite, sincermente gostaria de ver mais posts incentivando a prática do esporte, especialmente o Triathlon (ou o Ironman, já que aqui estão sendo considerados coisas distintas), de maneira mais democrática, sem tantas regras ou degraus ou faixas ou obstáculos. Especialmente nos blogs dos destaques do Triathlon nacional, seja como atletas de elite, caso do autor deste Blog, seja de pensadores, caso do Max. A informação é importante, a formação nem tanto. Os que facilmente gastam R$ 20 mil em uma bike logo após os primeiros treinos, se realmente se identificarem com o esporte, rapidamente "cairão na real" e despertarão para o que realmente importa, treinos, bem estar, realização. Os outros, estes mudarão de esporte, qualquer um, gastarão mais R$ 20 mil em alguma outra coisa, e pronto.
Aos que colhem louros no esporte cabe o incentivo aos que estão começando. Sem regras. O dia a dia já traz obstáculos suficientes para dificultar o acesso.

simplifique disse...

Ciro,
esse mundo das realizações rápidas e instantâneas dá nisso.
O esforço não vale a pena.
Dar foco na evolução tb não.
Tudo é para ontem.
Não interessa se o cara não sabe passar marcha, não interessa se ele tem uma bike TT e mais da metade do tempo ele não consegue ficar clipado.
O que interessa é que ele tem uma TT de carbono com roda "maneira".
É difícil se isolar das pressões externas e entender a razão das coisas.
Nem digo que estou certo, longe disso, a única coisa que posso dizer é que penso nisso e tento praticar.
Mentalizo para ser um eterno aprendiz e manter a humildade sempre ao meu lado. Não é fácil, mas é um questão de exercitar.

ciro violin disse...

Guilherme...
Um mundo sem regras seria o ideal

Concordo com vc.

Quanto mais regras uma sociedade, mais burro é o povo.

Só que - vivemos dessa maneira, com regras.
As regras estão aí para serem seguidas.

Ainda bem que existem regras, se não tudo seria um caos.

Sobre sua afirmação:
"A informação é importante, a formação nem tanto"

Discordo.

Formação e informação andam juntas.
A informação é tão importante quanto a formação.
e vice e verça.

A ideia é se ter a formação, para que tudo na vida da pessoa seja feito com princípios e conceitos.

E não tudo na correria.

Quem compra uma bike de 20 mil sem ao menos saber se é isso mesmo que quer fazer, esta errado pelo ponto de vista do consenso comum.

Deveria ser ao contrário.

Primeiro ela define o que quer fazer, faz, e depois comprar algo.

3 ATHLON NA VEIA disse...

Já defendi em um post aqueles que pulam etapas para obter um determinado objetivo, ou seja, no nosso esporte ir direto e reto ao Ironman.
Isso não significa que seja o melhor caminho.
Como o próprio Ciro disse, existem as excessões. Essas excessões são assim consideradas não apenas pelos resultados mas principalmente por terem transformado o triathlon em seu estilo de vida.
Como tudo que se constrói na vida, o ideal é começar pelos alicerces e no triathlon os alicerces são a experiência adquirida e a vontade de evoluir com o tempo.
Quanto mais concreto (experiência e dedicação) se colocar nesses pilares mais sólida será a construção da vida esportiva triathlética.
Já os que não desenvolvem esse espírito têm sua passagem pelo triathlon de forma efêmera.

sica disse...

Ser, ter e parecer,eis a questão. Não acredito em regras como forma de mudar atitudes e comportamentos, "ser" vem de dentro, não é uma imposição externa.
Cada um de nós toma as suas opções, para mim o Triatlo faz parte de mim.
Conseguia viver sem o Triatlo?
sim conseguia ! mas não seria a mesma pessoa.
Eu fico feliz com a massificação do Triatlo, que a Tribo cresça, bem sei que nem todos "serão" Triatletas, mas o tempo vai mostrar-lhes isso e eles próprios seguirão seu caminho.
Força Ciro, estou torcendo por você na ilha mágica.

Guilherme Bastos disse...

Ciro,
Sou leitor assíduo de seu blog e geralmente concordo com suas opiniões em muito aspectos, mas desta vez permita-me discordar. Sou um grande apreciador de esporte em geral e de ciclismo e triathlon também. Pratico apenas corrida e bike (não sou nada fã da natação)das modalidades deste último, apenas como esporte de lazer para manter mente sã e tentar manter o corpo são (me enquadro nas pessoas do seu citado sobrepeso no post). Minha bike é TT, mas não é de carbono e paguei cerca de 20% dos alegados R$20mil, mas resolvi comprar uma bike dessas mesmo assim. Não participo de competições de triathlon e nada, mas mesmo assim quis comprar em 2008 uma bike TT para a minha prática diária de esporte. Gosto da geometria da bike e utilizo sempre o clip, além de correr após pedalar. Entendo toda a sua revolta na banalização que o Ironman pode ter se transformado, mas discordo de alguns pontos que levantou. Se hoje pessoas que você considera despreparadas para fazer um Ironman se aventuram nesta árdua competição é porque as regras da prova permitem. Talvez a mudança nas regras, como por exemplo o tempo limite para conclusão possa afugentar os "aventureiros" de final de semana, realmente não sei. Quanto ao que disse que o triathlon virou moda, pode até ser, mas acho que você deve fazer uma reflexão um pouco mais ampla a respeito. Já li por diversas vezes reclamações suas aqui em seu blog sobre a falta de apoio e incentivo ao seu esporte...que se tivesse mais reconhecimento e investimento migraria para a categoria Elite, pois conseguiria viver e se sustentar apenas do esporte, o que hoje diz que não é possível. A alegada "moda" que disse estar passando o triathlon gera, necessariamente, uma maior visibilidade ao esporte e com certeza culminará com maiores investimentos por parte de empresas à atletas expoentes, como na minha modesta opinião classifico você. Considerando a sua linha de raciocínio e fazendo um paralelo fora de modalidade esportiva, por exemplo, as pessoas não poderiam comprar carros potentes e caros caso não fosse comprovada uma habilidade extrema (praticamente de pilotos profiossionais) em conduzí-los. Se você tem uma habilitação para dirigir e poder econômico para tal, não há nada te impedindo para adquirir um desses modelos. Isso eu acho que serve para todas os bens de consumo. As empresas usam os esportes, atletas e formadores de opinião para divulgar seus produtos e gerar o consumo de pessoas comuns, dando assim lucro e possibilidade, inclusive, de investir em patrocínios para atletas. Meu velho, na minha humilde opinião, você deveria estar aproveitando esta maré pró-triathlon para vender mais o seu "peixe" e pensar mais no futuro, pois se continuar assim, os investimentos das empresas serão cada vez maiores e costumeiros para atletas como você...formadores de opinião e ídolos dos chamados "atletas de final de semana".
Cara, desculpe-me o longo comentário e a discordância, mas gostaria de deixar registrado que, neste caso, respeito sua opinião, apesar de não concordar com ela. Continue sempre nos atualizando de informações e opiniões em seu blog. Grande abraço e sucesso em Kona no próximo dia 8.
Guilherme Bastos.

Vagner disse...

Primeiro, concordo em gênero, número e grau que Ironman é "outra coisa". Não sei se concordo com o significado que você deu a palavra, mas sem dúvida é diferente do "triathlon".

Penso nisso toda vez que fico assistindo as provas de Iron que gravo na TV - meus amigos dizem que é tão sem graça quanto assistir jogo de rugbi.

Imagina quando digo a eles que acompanho as provas do Hawai ou outras que meus amigos participam pelo site do Ironman...(rs).

Só não me ponha para assistir as provas do ITU de triathlon olimpico. Eu não tenho nada a ver com aquilo...

Agora, do ponto de vista dos indivíduos, eu discordo que uma pessoa precise fazer uma "escalada" do triathlon ao Ironman. Gosto dos textos do Max, mas aquele das faixas eu discordo.

E, olha, digo com isenção...porque eu mesmo fiz o caminho todo, começando lááááá do sprint até o Floripa.

Porque acho que depende da pessoa.

O Alberto, ultramaratonista amigo nosso, por exemplo, fez 50 anos e colocou como objetivo terminar um Iron. Ele não tem uma história no triathlon (tinha feito apenas uma ou duas provas anteriormente), mas fez a prova em Floripa como um "Ironman" no sentido positivo com a qual nós interpretamos essa palavra, sabe?

É verdade que temos muitos "posers" no pedaço.

Mas lá em Penha tive uma experiência bacana. Fiquei olhando uma mesa com quatro ou cinco pessoas que foram jantar. E sabe o que elas estavam "ostentando"?

Não era o tênis, o óculos ou muito menos agasalho do Ironman que fizeram lá fora...

Elas estava com as medalhas no pescoço e brindando!

Simples, né? Pô, medalha, brinde...

Pode parecer até piegas...

Mas, rapaz, não sei explicar, mas aquilo me deixou emocionado.

Eu acho que pessoas assim resgatam as conquistas de uma forma honesta e tem valores muito diferentes do sujeito que fez o Iron em 2010 porque apostou uma garrafa de uisque com os amigos...

Deixa pra lá, escrevi demais...

Aninha disse...

Dou minha mao a palmatoria...

Comprei minha bike sem entender absolutamente nada... Entrei neste esporte sem saber exatamente o porque o fazia... Digo... Sem entender os reais valores, conceitos e dificuldades...

Era uma daquelas garotas que os caras - que estao ha anos no esporte, q iniciaram no triathlon na epoca q se falava "eu faco triathlon" e as pessoas respondiam "que legal! Vc faz teatro! Q peca vc tah ensaiando?" - deviam olhar e falar: "onde essa perdida vai com esse equipamento todo?"

Pois bem... Me equipei muito antes de fazer por merecer...

E... Pulei etapas...

E...

Sei q hj pago por isso...

E...

Hj... Dia apos dia... Com sequencia...

Vivendo... Treinando... Aprendendo...

Percebo q... Nao eh o equipamento q te faz um triathleta ou um Ironman melhor... Muito pelo contrario...

Vc ve os melhores caras... Com os equipamentos mais simples...

E a cd dia q passa, vejo o quanto sou cru... O quanto tenho a aprender... O quanto "soh sei que nada sei"!

SIMPLICIDADE...

VALORES...

ESPIRITO...

O mais interessante eh que descobri estes dias q pedalaria melhor com uma bike muito mais simples e muito
mais barata que a minha!

Por que nao ir devagar??
Para que pular etapas??
Por que nao Valorizar cada degrau da escada??

Garanto que quando se curte cada momento, cada conquista, constroe-se a casinha "tijolinho por tijolinho", a satisfacao, o valor que atribui-se a cada meta, a cada objetivo atingido tem um peso diferente!

Sem contar que a base... Ah! Sim... Fica muito mais solida...

ciro violin disse...

Pessoal.... obrigado a todos

Guilherme, meu obrigado a vc que discordou de mim.
Ainda bem...

Os comentarios de pessoas que discordam, agregam mais o meu texto com outras opiniões.

E são todas, opiniões de respeito.

Muito obrigado por ler e me acompanhar

grande abs

Bruno Ramos de Sousa disse...

Ciro, tudo bem? Gosto muito do seu blog e o acompanho há algum tempo. Concordando ou não com suas opiniões, acho muito legal o fato de você de fato ter uma opinião e expressá-la, buscando o aprimoramento do esporte que é sua paixão.
Em relação a este post, estou com o Guilherme Bastos. Acho que esse crescimento é salutar e traz um enorme potencial de benefício para os atletas que vivem do esporte. Eventuais distorções decorrentes da massificação devem ser corrigidas pelos organizadores das provas, para que não ocorra o que aconteceu em Penha, que acaba por prejudicar a beleza e justeza do negócio.
Por outro lado, tenho visto aqui e em outros fóruns muitas dessas reclamações sobre os novatos, os paraquedistas, etc. Sobre isso, acho que:
(i) é comum o fenômeno de o pessoal da "velha guarda" em qualquer atividade ou grupo reclamar dos mais novos ou dos novos tempos - e isso deixa um ranço, como se os antigos fossem os "defensores do sagrado espírito do verdadeiro Ironman". Nós não somos donos das coisas, e as coisas mudam. Let it be!
(ii) se o cara é ético, educado, não atrapalha a prova de ninguém e demonstra um respeito geral pelas pessoas e coisas, pode correr com uma bike que pertenceu ao Cancellara e um capacete da Nasa e roupa de pelúcia, que ninguém tem nada com isso - ainda que ele leve 16 horas pra chegar;
(iii) eu pessoalmente também acho que evoluções progressivas e biológicas são mais salutares. Mas o que funciona para mim não funciona para o outro. Talvez o barato do outro seja justamente a loucura, a intensidade de uma mudança radical - e é impossível ele não saber que há aí um risco de se queimar, se lesionar, cansar da coisa como um todo. Então é arriscado se arvorar numa posição de dizer qual o comportamente correto e qual o equivocado, pq há muita subjetividade.
Entendo o seu ponto e seu posicionamento em geral, que acho muito legal, mas - se me concede o direito de um feedback sincero - às vezes isso pode passar um pouco a impressão de você querendo colocar uma regra de como as coisas devem ser. E se você gera antipatia, fica mais difícil que as pessoas reflitam realmente sobre os pontos muito importantes que você levanta. Sei que este é seu blog, e lê quem quer, mas acredito que falo até em benefício dele que acho que você pode manifestar plenamente sua opinião sem abrir margem para que as pessoas a rejeitem de plano por não simpatizar com a forma do texto.
Enfim, meus parabéns pelo trabalho e pelo blog, que eu considero o melhor blog de um triatle nacional. Sou se fã e me inspiro em atletas como você em meus humildes treinos. No hard feelings :)
Abraço!
Bruno

Emiltri disse...

Acho que uma coisa que é esquecida e que indiretamente o Ciro acaba por acertar é a saúde.
Física e mental.
O cara que entra nesta por impulso tem muita chance de se machucar e de "desbaratinar" do esporte.
O incentivo não deve ser: Faça o esporte a qualquer custo, se tem dinheiro, torre, se não tem, se vire.
O esporte é mais que isso, é uma filosofia de vida. Cada esporte tem a sua, e certamente a essência desta filosofia passa bem longe de um atleta de butique.
Abrax.

simplifique disse...

Cada um sabe o que faz com seu dinheiro e como entende que deve ser a sua evolução.
Acho que a questão do custo benefício é que eu falo.
Para alguns a conta nem precisa ser feita, o cara tem a grana e está afim de gastar e pronto.
O meu problema é que acabo sendo racional nesse ponto e deve ser porque não tenho o dindin, sei lá.
Ou se tenho acho foda gastar tudo isso em uma bike ou roda.

Mas, por outro lado, se um amigo meu me perguntar sobre que tenis comprar para correr, eu de cara vou dizer para nao gastar 900 reais que aquilo é a maior besteira.
Mas, esse é o meu jeito. Não precisa ser o de todos.

Só que no IM a pessoa pode ser inscrever em uma prova sem ter feito outras menores antes e isso não acontece em muitas ultras e nos brevets.
E isso me parece muito sem lógica. Mas, essa é apenas minha percepção.

Vagão, o Alberto não serve de exemplo, né? 2 Comrades, várias ultras, o cara é uma máquina de endurance e só dividiu as atividades, risos ...

ciro violin disse...

Muito bem lembrado Elmitri...
Muito bem lembrado.

Eu respeito todo mundo...
Gostaria que todos comecassem aos poucos, como eu comecei.

Cada um faz o que quiser, como disse o Xampa...Principalmente com o proprio dinheiro.

De qualquer maneira respeito todo mundo e apenas dei minha opiniao.

Ate minha mae nao concordou com esse texto...

Paciencia...

Obrigado a todos

Guilherme F Gardelin disse...

Ciro, boa noite, o post da Aninha ilustra bem o que quis dizer. Segundo ela, começou "da forma errada" (eu acredito que não há forma errada), e quando se apaixonou pelo esporte (o que para mim significa "cair na real"), percebeu que são pernas firmes que impulsionam a bike (seja ela de R$ 2.000,00 ou de R$ 20.000,00), e não o contrário; que não adianta usar um capacete "gota" de US$ 500 se vc pedala mais de "x"% do tempo desclipado, e assim vai. Exemplos não faltam. Quando a "ficha cai", o menos é mais. Daí eu pensar que quanto menos barreiras de entrado no esporte, melhor. Quanto mais incentivo de caras top como vc, melhor. Outro dia li em algum lugar (talvez aqui mesmo no seu blog), algo que vc escreveu sobre pisada na corrida, passou sua experiencia, falou sobre a pisada "chapada" etc. Eu fui atrás, li mais um pouco, e estou tentando, aos poucos, incorporar a pisada "chapada". Pra mim não só fez sentido como melhorou muito minha performance. Talvez como eu outros tantos seguiram suas dicas e hoje são (ou estão) um pouco melhores. Pra mim isto é que é importante, dividir, democraticamente, a informação. Como cada um vai usá-la, foge do controle.
Resumindo: é com os bons que a gente aprende, caras que não tem medo de dividir conhecimento (vale para vc, pro Max, Lodd e Cia).
abs.

Vagner disse...

Xampa, o Alberto é um bom exemplo de que para fazer uma Ironman a gente precisa, sim, subir degraus...

Mas a escada pode ser diferente para cada pessoa...

Para chegar no Iron, alguns podem fazer todo o caminho que eu mesmo fiz, iniciando tudo lá da base.

Mas tem gente que pode chegar por outros caminhos também. Acho que o requisito é uma boa base de endurance, não necessariamente ter começado a fazer provas de sprint com uma bike road.

Enfim, só estou radicalizando (por minha conta e risco)essa diferenciação que o Ciro sugeriu entre "Ironman" e "triathlon".

Para mim o Iron não é o "topo" do triathlon, sabe?

O Iron é outra coisa mesmo.

Enfim, uma ótima discussão aqui, hein? Não consigo parar de ler os posts!

Leonardo de Freitas disse...

Valeu pelo comentário no meu blog Ciro!!! Tamu junto!!! Força na cabeça e no corpo!!! Abração!!!

simplifique disse...

Isso aí Vagner.
Agora cara, esse negócio de topo de alguma coisa é meio complexo mesmo.
Cada um no seu quadrado.

Daniel disse...

Concordo, mas eu divido o que você falou em duas partes.

Primeiro a de se obedecer os degraus da escada. O ironman é o teto do mundo e tem gente que pega elevadores daqueles que dão até dor no ouvido porque sobem tão rápido e chegam voando lá em cima, sem permitir ver os andares mais abaixo também, que também são legais pra cacete.

Demorei mais de 15 anos pra encarar um ironman.

Comecei nas provas em Santos nos idos de 1995, com uma Caloi 12...a mesma bike que pedalei até 2002. Ainda não existiam camisetas "inteligentes" que fazem a gente suar de forma mais eficiente, os números eram de algodão presos por alfinetes, não existiam tênis para supinadores, pronadores, neutros, etc, não existia a opção de se correr olímpico nas provas do troféu Brasil e esperávamos ansiosamente pelo Internacional pra correr essa distância.

Acho que quem encara o desafio de um ironman sem nunca ter passado por outros desafios nas outras distâncias, está perdendo grande parte da "festa"...

Banalizou? Sim. Mas acho que não é tão ruim o fato do nosso esporte ser "moda". Lembro que em 1987 eu queria pegar onda porque era moda. Dessa moda surgiram nomes como Fabio Gouveia, Teco Padaratz...então, a "massificação" do esporte pode ter um lado positivo. Quem sabe daí não surge um campeão brasileiro No Rio 2016 ou em Kona qualquer dia desses.

Outro aspecto do seu texto é o lance do TER e SER. Acho que nosso esporte é um esporte "seletivo". Não dá pra qualquer pessoa ser triatleta por um simples motivo: É CARO!

A molecada das categorias mais jovens dependem dos pais (estou falando da enorme maioria dos atletas que não têm patrocínio, mas sim PAItrocínio para comprar bike, pagar inscrições, viagens, etc). Depois, quando começamos a trabalhar, não é qualquer trabalho que permite um cara a se dedicar ao triathlon, pois como você disse, é quase um segundo emprego. Depois, é preciso organização, disciplina, estabilidade financeira, familiar, etc...

Tudo isso limita muito o universo de quem pratica o triathlon.

As pessoas que fazem triathlon são pessoas que podem ter um padrão de vida legal....e por isso podem pagar por tênis caros, bikes caras, etc....Veja um bom exemplo disso: no começo do ano tive um comichão enorme pra mandar trazer uma S-Works SHIV. Pensei muito e cheguei a seguinte conclusão: eu pedalo pra menos de 5 horas????? NÃO...então vou ficar com a minha cervelo P2 que ainda tem MUITO pra me oferecer. Nem todo mundo tem essa autocrítica....mas....quem pode...pode, certo? Virou só uma questão financeira.

Anônimo disse...

Ciro, parabéns pela matéria na última MundoTRI. Adicionaria apenas a reflexão de que se, tornar-se um IROMAN depende muito mais do SER humano aquele praticante que está começando agora, porém que já tem um espírito livre de modismo, não é tão importante quanto o "faixa preta" no sentido de que ele contribui para a continuidade de uma filosofia e assim também já não é um IRONMAN.

antonioperez disse...

boa ciro, exatamente o que eu penso !!! a pouco tempo falei na lista de debates da TriRio que o ironman esta virando corrida da adidas e a galera caiu de pau em min, mas é verdade, exatamente o que vc falou, mais uma vez parabens pelo texto e boa sorte em kona, estarei acompanhando vc e grandes amigos aqui do rio que estarão lá pela primeira vez, como rodrigo pereira e bernardo tilman

tiagotri disse...

Gostaria de saber o que aconteceu no ironman hawai esse ano, a bike quebrou, vc quebrou ou a bike e vc quebrou....mesmo assim parabéns por mais um ironman hawai.

tiagotri disse...

Gostaria de saber como foi a prova no hawai esse ano, disse que quebrou....na bike? corrida? ou quebrou a bike...Mesmo assim parabéns por mais um ironman hawai...